terça-feira, 8 de setembro de 2009

Explicações

Bem, acho que tô devendo explicações...
Eu não parei o blog. Num primeiro momento, eu pensei em ficar uma semana para postar o segundo capítulo. Eu comecei a escrever no pc do meu pai(passei um mês e pouco lá). Só que ele desligou, sem querer, o computador sem eu ter salvo meu arquivo. Eu tinha umas 3, 4 páginas prontas. Qualquer escritor entende a "depressão" que bate nesses momentos.
Aí comecei a escrever de novo. Foram-se umas cinco páginas. Eu salvava o tempo todo no meu pen drive. Quando fui terminar.... Arquivo corrompido!!! Perdi uma cacetada de coisa que tinha lá.
Furioso, não consegui ter idéia nenhuma. Isso faz umas... 2, 3 semanas. Mas aí, há uns 2, 3 dias, alguns saíram com facilidade absurda(apesar de não ter terminado nenhum dele, por motivos pessoais). Eu volto a escrever hoje(08/09/2009) e tentarei postar até o sábado dessa semana(dia 12/09/2009)
Abraços, obrigado aos leitores pela paciência e terem lido.
Atualização: Devido aos aniversários e trabalho da faculdade, fica para, NO MÁXIMO, dia 15, 16

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O Caminho para Roma. Vol.I- Da guerra aos Campos Elísios. Capítulo I- Morte e Recepção

Era tempo de guerra. Guerra para Roma, para as famílias romanas. Para os Julii. A família, que dizia possuir o único vermelho verdadeiro, resolvera que era tempo de pôr fim ao ódio declarado aos gauleses. Com espadas, escudos, lanças e formações, pintaram as terras de sangue. Conquistar, escravizar, destruir, mentir, enganar, falsos acordos eram armas. Mas nada nunca seria o suficiente para os gauleses, os bárbaros ao norte de Roma.
Contudo, a guerra tem seu preço. Pelas conquistas de cidades gaulesas, Flavius, o deflagrador da guerra e líder da família Julius, enterrara Vibus, seu filho mais velho, Titus e Marcus, ambos seus netos. Gritou e chorou a morte de seus filhos, mortos na cruzada de ódio.
No ano de 263 A.C, após a conquista de Massilia, Flavius se separou de Amulius Julius, seu neto, filho de Quintus, após seguidas lutas. E, três anos depois, partiu para Narbo Martius. Com poucos mais de duzentos homens, conquistou a cidade. Assentou-se por lá e tornou-se a lenda viva. Quando todos os Julii festejaram mais uma conquistou, o líder, o mais poderoso guerreiro, o mais conquistador de todos, o mais inteligente líder de todos os generais em toda Roma, declarou que estava cansado. Levou sua mulher, Faustina, para a última cidade conquistada. Todos foram pegos de surpresa.
Amulius, ligado ao grande líder, falou que o avô já estava em idade avançada e que merecia um descanso. “Eu conquistarei mais terras em nome do meu grande avô”. Naquela época, o jovem general ainda era apenas um bom comandante. Juntou um exército e saiu de Massilia, deixando a cidade ser governada por um capitão escolhido a dedo. Massacrou exércitos. Cresceu como guerreiro e general, mas ainda não havia conquistado nenhum território. “Ainda falta algumas qualidades ao nosso jovem general”, disse o próprio avô.
Em 251 A.C, diplomatas viajaram a todo o vapor. Espalharam a notícia mais triste de todas: Flavius havia perecido. Todos ficaram de luto. No décimo mês do ano, Lucius Julius foi declarado o novo líder. Um líder com um herdeiro: Amulius, o Poderoso. Este já era um grande guerreiro e conquistou Lugdunum, era implacável e um beberrão de primeira. Seus comandados o adoravam. E tudo se tornou paz.
Onze anos se passaram, Secundus Julius, Faustina, Gaius morreram. Junto com eles, Lucius Julius, mais administrador do que um guerreiro, também pereceu. Nesse tempo, nenhuma cidade fora conquistado, poucos exércitos foram destruídos. Amulius quase nunca voltava para Massilia, vira Oppius muito pouco, mandou Tiberius para Arrentium e levava Placus consigo. Seus filhos pareciam compreender o futuro que o herdeiro dos Julii havia escolhido. A cada um disse uma coisa: “São tempos de paz, filho meu. Teu avô é Praetor no Senado Romano. Teu primo Manius, por exemplo, está se tornando um grande administrador. Deves fazer isso também, Tiberius”, enquanto, para Placus... “Placus, durante sete anos, venho treinando-te para te tornar o protetor de Roma, assim como eu fui.”. Os guarda-costas de Amulius diziam que o general já se tornou melhor que o avô. Durante um ano caminharam até Arrentium, a capital dos Julii.
A cidade estava polvorosa. Os amados líderes estavam todos reunidos. Eram tempos de paz. Amulius entrou no “Palácio dos Governadores” com a comitiva. Andava, de queixo erguido, ao lado de Helena, a mais amável esposa entre todas e seus filhos, Oppius, de 13 anos, Tiberius, de 20 e Placus de 26. Todos trajavam togas de linha vermelho com a borda dourada. Todos estavam lá: os pais Quintus e Alypia; as tias Poppaea e Claudia; suas primas e primos Fadia, Clodia e Prisca, ao lado de Manius e Augusto, filho de Decius e Clodia e a irmã Cornelia.
- Olá, meus parentes – O sorriso era claro no rosto do homem de face dura. O corpo forte tornada Amulius um homem de glórias aparentes.
Quintus se aproximou de Amulius com um sorriso estampado no rosto. O homem gordo, de barba grossa e cabelo ralo apertou a mão do filho.
- Olá, meu filho – Falou, olhando para o homem feito. – O pródigo filho à casa volta? – Deu um sorriso de todos os dentes.
- Filho pródigo eu não sou, meu pai – E o abraçou num abraço forte e saudoso. – Fico feliz que estejas aqui para ver minha coroação, meu pai. – Ao se afastar de Quintus, Amulius viu a mãe e a abraçou também. Ela dizia constantemente que Amulius era o maior general em toda Roma.
E a família toda conversava. Quintus contava histórias sobre os feitos de Flavius e Lucius para os meninos Augusto e Oppius. Tiberius conversava com Manius, ex-quaestor do Senado Romano, sobre administração de cidades. Amulius olhava para a cortina pela qual passaria e seria declarado o novo líder. Seu coração batia forte. Era o momento mais feliz da vida do homem. Helena se juntou a ele.
- Marido meu não deve ficar sozinho. Venha, vamos nos juntar a tua família. É hora do almoço. – A romana, mulher voluptosa dos cabelos e olhos castanhos, de corpo e rosto magros e um sorriso cativante. Amulius deu o braço para a mulher segurar e caminharam até o átrio. Comeriam ao ar livre. Placus brincava de lutar com coxinhas de frango com Oppius. Quintus havia reservado um espaço para “O Poderoso”. Amulius se separou de Helena, que foi até a área para as mulheres. Comeram uvas, javalis, frangos, tomaram vinho e esbanjaram todos os luxos que poderiam. Quintus até falou “Os deuses nos presenteiam porque honramos a todos”.
- Então – Amulius virou para o pai – Diga-me meu pai, quando será a coroação?
- Será dentro de uma semana, Amulius. Deixes de ser tão ansioso. Aproveite a cidade do teu pai, pois quando tu fores o grande líder de nossa amada família, não terás tempo para mais nada. Teu avô conquistou terras, sim, mas era outra época, meu filho.
Nem precisava dizer isso para Amulius. Durante quase dez anos o homem vivera com o avô. Amulius deu um sorriso.
- Nem precisa me dizer isso, meu pai. Mas quem irá governar as cidades, enquanto estão todos aqui?
- Toma-nos por tolos, Amulius, meu primo? – Disse Manius Julius, quase atirando uma taça de vinho em Amulius – Deixamos nossas cidades com nossos mais honrados capitães! Apenas temo que Mediolanum vá sucumbir. Estamos gastando mais dinheiro com ela.
- Absurdo! Insulta minha decisão, Manius? Afinal, fui eu quem pûs o capitão Maximianus no poder – Placus se levantou num impulso com espadas em mãos. Manius apenas olhou para o primo com desdém e falou um insulto qualquer.
Quando Titus estava prestes a enfiar a espada na carne de manius, Amulius parou a briga pondo a mão no peito de cada.
- Parem com isso, meu primo e meu filho! Estamos em tempo de comemoração. Nossa família está toda reunida. E se não puderem fazer isso pela gente, pensem em mim, quem protegeu a família e as terras romanas e que estou prestes a me tornar o líder da família. E ele diz que devemos festejar. Por isso, convido todos os homens para bebermos e comermos ainda mais. E tu, meu pai, aproveite para nos mostrar a cidade. Que tal?
- Claro, meu filho. Agora, tratemos de comer! – Disse Quintus, quase como não se prestasse atenção ao seu redor.
E a família terminou de comemorar.
A Lua já flutuava no céu, quando os homens saíram. Amulius mostrou à Helena como um homem faz direito. Manius e Placus andavam separados. Quintus parou a trupe quando atingiam a seção sul da cidade. Ao notar que Oppius, um menino de 13 anos, de cabelos castanhos encaracolados e cara de bebê os acompanhava, disse:
- Meu filho, não achas que Oppius está muito novo para nos acompanhar?
- Não, meu pai. Ele está na idade certa para aprender as coisas e perder o prepúcio. – Placus, Tiberius, Manius e Quintus riram gostosamente.
- Bem... De qualquer jeito, vamos parar aqui e rezar para que a grande deusa Ceres nos conceda a fertilidade para nossa terra e para nós também! – Todos os homens deram um sorriso.
O templo era grande. As colunas de mármore brilhavam em laranja com as tochas. A escadaria era convidativa. As portas de madeira eram ricamente detalhadas com imagens da Deusa. Os guardas, que estavam nas portas, fizeram uma mesura ao mesmo tempo em que disseram “Gorvenador”. Quando Amulius passou, eles falaram um educado “parabéns”.
- Estaremos na Estalagem do porco grego – Disse, baixinho, furtivo.
Ao adentrarem no templo, o espaço parecia se estender para o infinito. Tochas e candelabros iluminavam todo o hall de entrada e o templo. No fundo havia uma estátua de mármore gigante da deusa da terra e da fertilidade. Trajava uma toga um tanto quanto caída, que mostrava o seio esquerdo e quase tapa os pés. A mão, que se encontrava do lado do seio desnudo, apontava para frente, quase como se falasse com os seguidores, enquanto a mão direita segurava uma planta. Os cabelos eram curtos e de pontas encaracoladas. Possuía uma expressão séria.
- A mais bela estátua de todo território romano! – Disse o governador em uma empolgação quase que infantil.
Ao falar alto, várias clérigas de Ceres apareceram no lugar, distribuindo flores aos homens com um sorriso em seus rosto.
- Olá, governador. Veio rezar novamente pela deusa ou... – Uma delas, a que parecia mais madura se apoiava na barriga gorda de Quintus, fazendo, com o dedo, um círculo no peito do homem.
- Desculpe-me, Priscila, mas não entendo o que dizes. Vim apenas com meus parentes para rezar pela deusa. Suponho que conheça Amulius, meu filho mais velho. – Quintus chamou o filho com a mão e o apresentou à sacerdotisa.
- Ora, Quintus, nossas garotas podem cuidar dos seus parentes.
- Temo que não será possível, Priscilla. Vamos rezar logo, porque temos compromissos noite adentro.
- Mas qual é a melhor maneira de orar por nossa grande deusa Ceres, deusa da fertilidade, do que sexo?
- Ninguém precisar saber disso, meu avô. – Disse um homem que deu um passo á frente. Mais atarracado que o pai, Placus dava sinais claros de que era filho de Amulius.
- Falas isso porque não és casado, meu filho. Procure o colo de uma mulher em outro lugar. Em um templo, isso é profanação! – Disse Amulius num tom tão indignado que até o pai dele se assustara.
- Eu comando este templo, eu direi o que é ou não é profano nesta região, rapazote! – Disse Priscilla num tom de voz alto, irritada.
- Pois então saiba que quando eu for o líder da família Julius e governar esta cidade, baixarei uma lei que qualquer tipo de relação, que não seja puramente espiritual, será considerado profanação e com pena de castração!
- Dizes demais, Amulius. Tu não és ninguém, não serás ninguém. És só um homem tolo que acha que pode mandar em terceiros. Você nunca mais deves pisar neste templo! Saia daqui! - Todos estavam espantados demais para dizer qualquer palavra, dar qualquer sinal de vida
- Rezarei para que Júpiter faça justiça, então com a irmã lasciva dele!
- Teu Deus é fraco. Ele é amante da minha Deusa. Agora SAIA DAQUI! – Gritou Priscilla no tom mais alto e agudo possível ao mesmo tempo que apontava para porta.
- Meretriz. – De cabeça erguida, Amulius saiu, levando Tiberius, Placus e Oppius com ele.
Quintus e Manius continuaram no templo, perplexos. Priscilla saiu furiosa, levando suas comandadas consigo. Aos dois homens, restava apenas rezar.
Enquanto o pai e o primo rezavam, Amulius ficou de pé, esbravejando contra a comandante do lugar.
- Pai. – Disse Placus, seco.
- O que foi, meu filho?
- Alguém está nos seguindo... – Ao terminar de proferir essas palavras um homem apareceu por trás do jovem. Segurando uma faca e segurando Placus pelo pescoço, o homem fazia um movimento de estocada com o braço.
Antes que Amulius pudesse fazer o primeiro gesto, uma flecha atingiu a cabeça do homem de capuz e atravessou a cabeça dele. Quando Quintus saiu do templo com Manius e viu o homem misterioso caído, ele se virou para o filho:
- E pensar que tu reclamaste que eu queria trazer teus guarda-costas. – Comentou, ao ver o olhar de espanto de Amulius. – Vamos para o bar logo... – Fez um sinal para os guarda-costas os seguirem bem de perto. – Vamos para a taverna... Procuremos relaxar. – Continuou, dizendo com uma voz quase suspirante.
E continuaram. A taberna estava cheia, alegre. Os Julii colocaram um capuz sobre a cabeça e adentraram o lugar. O chão de madeira estava molhado em vários pontos por conta de canecas de cervejas derramadas. As mesas eram médias e eram dispostas ao lado da parede e pelo meio, deixando um corredor apertado cheio de bêbados e prostitutas. O taberneiro, um homem careca e bigode negro espesso, apareceu para falar com Quintus.
- Mesa para quantos? – Perguntou alto e gentilmente, limpando um caneco de madeira que possuía em mãos.
- Mesa para doze, por favor. – Disse sussurrando ao ouvido do homem.
Foram levados a uma mesa no fim da taverna. Sentaram-se quietos. O quase-assassinato do filho permeava a mente de Amulius. Pensava em como não reagiu. Como se distraiu. Deveria ter reagido! Era o maior general romano, melhor em combate que o próprio avô, quando esse estava no auge. Deveria se precaver. Canecas transbordando cerveja foram postas na mesa e os seis homens da família Julius pegaram duas cada um, exceto Oppius, que pegara apenas uma por ordem do pai. E beberam. Cada gole de cerveja era uma redenção para o futuro líder. A bebida dourada, a bebida dos deuses, escorria nos cantos do lábio, impregnando a barba por fazer. Ao terminar o caneco, passou as costas da mão na boca, secando-a.
- Ainda pensas naquilo, meu pai? – Perguntou Tiberius, colocando a mão no ombro de Amulius. Como a resposta não veio e a expressão do homem era de apreensão, Pilatus já sabia no que o pai pensava. – Escute-me, meu pai. Placus está vivo, os teus guarda-costas o protegeram. Fomos todos pegos de surpresa. Não tínhamos o que fazer, meu pai... – Nada ainda. – Penses, tu, pai, que nem em um dos campos de batalha poderias fazer algo se fosses pego de surpresa com teu exército.
- Eu poderia estar mais atento, meu filho... – Disse baixinho. Ninguém escutou, nem ele mesmo.
- Escute, pai. Estamos aqui para relaxar, beber. Deixemos que os guarda-costas cuidem de tudo. – Disse Tiberius, empurrando a segunda caneca para o pai. Amulius bebeu e o filho sorriu. E o general finalmente relaxou.
E a noite varou. Quintus levantou e disse, com o capuz abaixado e com a mão na barriga proeminente.
- Vamos voltar para casa, se não nossas mulheres nos negarão uma boa cama, se é que vocês me entendem! – Disse, rindo sozinho. Mas os outros levantaram.
Quando caminhavam para fora da taverna, Amulius notou de canto de olho que um homem, de rosto escondido por um capuz roxo, olhava para eles. Dessa vez, ele não deixaria nada acontecer com sua família. Tirou a espada, saiu de perto dos filhos e deu um encontrão no homem de capuz. Levantou-o pela gola e apontou a espada para a garganta do homem.
- Você vem comigo. – Falava baixo, urrando. A taverna parou, olhando para Amulius. O taberneiro ia gritar com o homem, mas viu Quintus e apenas abaixou a cabeça e se retirou, para pegar mais bebida. Os Julii saíram com os guarda-costas arrastando o homem que Amulius pegara. Gritava injúrias e agitava-se nos braços dos captores.
A caminhada de volta para casa foi longa e cansativa. Quintus ria e andava em zigue-zague, enquanto os outros andavam quietos. Amulius dava passos marciais, como se estivesse marchando. No rosto dele, uma expressão séria.
Ao chegar no átrio, cada um foi para o quarto. Mas Amulius parou com os guarda-costas e ordenou que o levassem para um lugar que não pudesse escutá-lo e
- Coloquem algo na boca dele. Não queremos que ele se mate ou arranquem a língua dele. Vou precisar dela para amanhã. – Disse, olhando com um ódio frio para o homem, que chorava, pedia perdão.
Amulius se virou de costas, enquanto os guardas tapavam a boca do homem e o arrastavam. Entrou no quarto e seguiu para cama. Helena já dormia pesadamente. Deitou-se e encostou a cabeça na madeira. Cobriu-se e pôs a espada do lado do corpo. Dormiu.
O Sol, timidamente, despontava no horizonte e Amulius já se levantava. Helena ainda dormia. O homem foi até o átrio e encontrou Placus treinando espada com um boneco. Caminhou onde ainda parecia escuro e de maneira silenciosa. Encontrou-se com um guarda e perguntou onde haviam guardado o espião.
- No porão, senhor.
E seguiu para o porão. Era um lugar úmido, onde guardava- se as frutas e legumes. Havia uma portinha no fundo. Seguiu para lá. Ao entrar na sala, viu três homens sentados, com as espadas em mãos, olhando para capturado pendurado por uma corda amarrada aos pulsos. De corpo magro, pele bronzeada pelo Sol e sem pêlos, o homem estava nu. O rosto dele era magro e possuía um cavanhaque meticulosamente bem cuidado e cabelos negros, lisos e curtos. Um dos olhos era cego e o outro era de uma cor cinza exótica. Os pés do homem batiam na barriga de Amulius.
- Diga-me, quem é você, espião de merda? – Disse, duro.
A resposta foi em uma língua impossível de entender. O homem parecia rezar. O que se seguiu foi uma seção de tortura cruel. Os gritos não eram ouvidos por mais ninguém que não estivesse naquele quartinho escuro. Havia finalmente uma resposta.
- Eu... Eu me chamo Ahmose-sipari. Fui mandado pelo capitão Bakenkhons para segui-lo. – Falava com um sotaque egípcio carregado - Ele disse que eu devia dar uma... – Engoliu seco e continuou – Disse que eu devia tentar conhecer o homem tem destruído os gauleses aos poucos. Seu nome corre por nossas terras. Nossa divindade, Hórus encarnado na terra, parece perplexo com sua capacidade de liderança. – Homem parou, como se não tivesse mais forças.
- Continue.
- Bem... È bom conhecer o líder antes de se fazer uma aliança, não é? - Tossiu logo depois de falar.
- Bem. Está na hora do café. – Virou-se de costas e ordenou que tapassem a boca de Ahmose-sipari novamente. Fechou a porta com violência. Pouco antes de voltar para o átrio, pegou uma cesta de frutas e jogou algumas dentro do quartinho e mordeu outra várias vezes. Subiu.
Quando viu Helena, Amulius sorriu e mostrou a cesta de frutas.
- Acordaste cedo, Amulius. – Disse, olhando para o marido. Mais ninguém estava no átrio, só eles dois. O céu já estava claro.
- Costume militar, espero que tu entendas. – Falou, colocando a cesta no chão. – Onde está o resto da família? – Disse, olhando em volta. – Placus estava treinando aqui.
- Estranho... Placus jurou que não te viu. – Disse Helena num tom desconfiado. – Estás tramando alguma coisa, meu marido?
- Que isso, Helena. Você sabe que eu sou um homem honesto. Eu passei sem que ele percebesse porque estou cansado e ele, provavelmente, iria querer treinar comigo. – Disse, dando uma volta na mulher e a abraçando pelas costas. – Mas nunca estou cansado para tu. – Disse beijando a nuca da mulher, que fugiu dos braços do marido.
- Aqui não é hora, nem lugar, Amulius. A família está indo para os banhos públicos e não quero que os escravos digam nada. Já basta aquele gaulês intrometido que trouxeste de Massilia como presente.
- O que foi, mulher, o escravo não te agrada?
- Ele parece estar incitando algo, Amulius. Não gosto dele.
- Cuidarei dele, não se preocupe. Agora... Vamos para o banho? – Disse,pondo-se ao lado da mulher. Deu o braço para Helena e caminharam.
O tempo passou. A família divertiu, conversou e a noite chegou. Os homens saíram, mas Amulius se recusou falando que “Eu não agüento outra noite como aquela” e sorriu. Voltou para o quarto coma mulher e fez o sexo que tanto queria antes. A mulher se levantou e foi fazer os afazeres com Mucia, Cornelia, Fadia, Clodia e Prisca. Já Amulius voltou para o porão.
- Olá novamente, Ahmose-sipari. – Disse, ao fechar a portinha. O egípcio apenas se limitou a olhar para o general. – Vamos continuar nossa conversinha. – Tirou o pano da boca do homem que tossiu com violência. Agora me responda: se eu faraó quer fazer aliança com a família Julius, por que ele mandou um assassino matar meu filho? – Perguntou parado, de pé, em frente ao homem. Frente ao silêncio, Amulius deu um soco no estomago de Ahmose, que reagiu tossindo ainda mais. Com sangue dessa vez. – RESPONDA!
- A... ssassino? – Sua expressão revelava uma dúvida esquisita.
- Sim. Ontem à noite mandaram outro egípcio. Só que para matar meu filho. O nome dele era Ahmose-saneit. – Mentiras. – Reconhece esse nome?
- Não... – Disse, baixinho, num suspiro.
- Claro que conhece. Os egípcios com meia dúzia de pessoas. É óbvio que vão se conhecer. Agora me responda. Quem era esse assassino?
- Não sei... Se eu soubesse, eu diria a ti, pois tenho muito a perder em minhas terras... Liberte-me... Por favor. Eu disse a ti tudo o que eu sei. – Amulius pegou a própria espada e castrou o homem que berrava e tossia.
- Não. – Disse seco. Saiu novamente.
A semana passou rápida. Amulius volta e meia voltava com alguém, homens e mulheres, para casa. Helena desconfiava o tempo inteiro ao passo que Amulius ia descobrindo muito pouco sobre a tentativa de assassinato até que um homem disse “Tua morte não virá de fora. A traição vem de dentro”. E o dia da ascenção de Amulius chegou. A felicidade voltou ao homem e o sorriso ao rosto dele, mas ele não deixou que nenhum dos guardas ou escravos se aproximassem da família, apenas os homens de confiança.
- Cornellius, você guardará a porta principal. Aelianus, pegue seus homens e comece a ronda. Estão dispensados.
Amulius comandava a casa vestido com duas togas. Uma branca, que passava pelos dois ombros e embaixo do pescoço, e uma vermelha, que era presa no ombro direito e descia, como se desnudasse parte do corpo do homem. Quintus sorria fácil e a família estava contente.
Chegada a hora, todos se dirigiam ao quarto mais alto da casa. Esse quarto não era amplo, mas bastante confortável. Várias cadeiras ricamente detalhadas com almofadas vermelhas de linho nos assentos. Um grande pano vermelho, com a borda dourada, tapava a outra janela. Os Julii podiam escutar a população fervorosa do lado de fora. Amulius estava calmo. Era um homem de frieza militar. Um homem saiu de trás da cortina com um tablado em mãos e cumprimentou a família Julius. Passou pela grande janela de madeira, que levava a um pequeno semicírculo de mármore branco com uma proteção, também de mármore.
- É chegada a hora, meus patrícios. Durante dezenove frutíferos anos, tivemos o grande general Flavius Julius, o grande líder da família Julius e o grande homem que nos trouxe escravos gauleses, terras, ouro e, acima de tudo, reconhecimento em Roma, pois ele não era apenas um grande general, era o Pontifex maximus no Senado romano. Todos os templos e seus líderes devem muito a esse homem que há muito foi tomar o lugar dele na vida após a morte. Lucius Julius o precedeu com grande dignidade. Foi censor, quaestor e consul no mesmo Senado em que o seu pai se destacou. Era um homem de intelência açuada, de grande sabedoria. Ele parecia carregar a decisão divina com ele, todos seguiam Lucius Julius como carneiros. Ele trouxe não só paz, mas prosperidade a todos. Construiu minas, fazendoas, aquedutos, templos que honraram os deusses como alguém jamais havia honrado. Fez acordos lucrativos e ideais para nós romanos. Cuidou dos filhos dele e de seu povo como ninguém jamais fez. E, na hora de mais necessidade em Arrentium, quando esta cidade, nossa maravilhosa capital sugava o dinheiro que a família dos Julii haviam, Lucius Julius proferiu palavras sábias “Todas as cidades hão de passar necessidades. Neste momento obscuro, devemos tratar de nosso povo e ele honrar, pois o povo faz Roma. O povo faz a família Julius”. Então, ao seu leito de morte, o nosso grande líder decretou o seu descendente. Eu vou anuncio o nosso próximo líder. – Helena apertou o braço de Amulius, que sorriu. – Quintus Julius, o irmão de Lucius Julius.

N.T: Julii é plural para Julius.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O Caminho para Roma. Volume 1- Da guerra aos Campos Elísios. Glossário situação familiar e cidades.




Antes de começar a postar o primeiro capítulo, cujo, acredito eu, vai sair sábado, postarei um mapa da situação familiar(a famosa árvore genealógica) e as cidades sob o comando da família.

Primeiramente, as cidades são: Arrentium, que é a capital; Ariminum; Lugdunum*; Massilia*; Mediolanium; Narbo Martius*; Patavium* e Segesta*.
*Cidade tomada dos gauleses.


Quanto à família, talvez fique confuso, mas...:
1ª Geração: Flavius Julius e Faustina
2ª Geração: Lucius Julius e Poppaea; Quintus Julius e Alypia; Vibus Julius e Claudia.
3ª Geração: Titus Pupienus e Fadia Julius, Decius Julius e Clodia, Marcus Julius, os três filhos de Lucius e Poppaea; Amulius Julius e Helena, Secundus Julius e Cornelia, Appius Julius, os quatro filhos de Quintus e Alypia; Manius Julius, Prisca e Gaius Julius, os três filhos de Vibus e Claudia.
4ª geração: Augusto Julius, filho único de Decius e Clodia; Oppius Julius, Tiberius Pilatus e Mucia, Placus Vitelus, os três homens são filhos de Amulius e Helena.
Então, a árvore fica desta maneira:

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

LEIA- Apresentações- Atualizado(marcado com asterisco)

Su'cuy gar!
Eu me chamo Eduardo e estou aqui para apresentar meu blog: o "O Caminho para Roma". Este blog tem a finalidade de postar histórias(que novidade) minhas sobre personagens da era romana.
Essas histórias terão fundo histórico, sim, mas muitas ações, batalhas e personagens usados são "chupados" do jogo Rome Total War. Então, nerds que amam história, não venham me corrigir, POR FAVOR.
Escreverei em capítulos, portanto os posts ficarão "grandes". Se não tiver paciência, ou qualquer outro motivo para não ler no site mesmo, eu recomendo que copiem os textos e colem no Word. Aí pode mesmo parecer um livro, como é a minha intenção.
As histórias serão divididas por livros. Por exemplo, o vol.I será sobre Amilius Julius, enquanto o vol.II(que pretendo fazer) será sobre Caius Brutus e por assim vai.
O primeiro capítulo do volume 1 será lançado logo(vou aproveitar que não tenho muito o que fazer para escrever) e se chamará "O Caminho para Roma. Vol.I- Da guerra aos Campos Elísios. Capítulo I- Morte e Recepção."*.
Não esperem muita regularidade dos posts, afinal, isso aqui é um hobby e eu tenho vida.
Re'turcye mhi!
P.S: Se querem saber o quão bem ou mal eu escrevo, visitem o http://www.siegrified.deviantart.com/, que também é meu, onde postos contos sobre amenidades.